Por: Bruna Resende Mecchi
Desde que doença causada por um novo coronavírus foi qualificada como uma pandemia pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus no dia 11 de março de 2020, países se preparam para o enfrentamento de uma crise sem precedentes. Descoberta na China, o total de mortos chega a 920.942 e é inegável que suas consequências são e serão devastadoras, tanto nos aspectos sociais, quanto econômicos. Além de, claro, afetar o comportamento humano.
Desse modo, as autoridades sanitárias recomendaram a adesão de planos preventivos, minimizando assim, os impactos causados pela COVID-19, dentre elas, o distanciamento social. Aderido por uns, e ignorado por outros, fato é que, tal medida de controle ajuda na diminuição do número de casos e mortes confirmadas. Porém, devido a isso, os problemas psicológicos (ansiedade, depressão e estresse) se acentuaram. Segundo um estudo realizado pelo Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o percentual de pessoas com depressão passou de 4,2% para 8,0% e de ansiedade foi de 8,7% para 14,9%. Descobriu-se ainda que, a maioria das pessoas que desenvolveram essas doenças são trabalhadores que necessitam sair de suas casas e temem contrair o vírus.
Os impactos causados pela nova doença, ultrapassam o âmbito da saúde. Comparando-se com outras pandemias e epidemias que já assolaram o mundo, como a gripe espanhola, a que estamos vivenciando possui algo ao seu favor: a tecnologia, a qual além de ajudar em novos medicamentos e equipamentos, permite que a população tenha acesso à informação e assim, compreenda a magnitude dos desafios que precisamos enfrentar. Pensando assim, despertou no ser humano um lado mais solidário. Transmissões ao vivo feitas por artistas famosos, arrecadaram alimentos e produtos de higiene em prol dos desfavorecidos. Por outro lado, outros apenas demonstraram um caráter egoísta, como o próprio líder do país.
Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), o comportamento financeiro da população mudou drasticamente e adaptações foram necessárias em muitas famílias. Ainda de acordo com o IBOPE, 51% das pessoas já tiveram prejuízo e está aí a importância do Auxílio Emergencial, uma ajuda no valor de R$600,00 que, apesar de não ser uma quantia significativa, será extremamente útil e necessária, uma vez que muitos trabalhadores informais perderam suas rendas.
Envolto em polêmicas, o auxílio liberado pelo governo visa reduzir os impactos econômicos e sociais da pandemia do COVID-19. São mais de 63,5 milhões de beneficiários, dentre eles estão os desempregados, trabalhadores informais, cidadãos de baixa renda e aqueles que, por algum motivo, fraudaram o sistema. Paralelamente, os que precisam desse valor verdadeiramente, tiveram o pedido negado. Segundo os dados divulgados pela Caixa, 41,5 milhões de informais continuarão desamparados.
Paradoxalmente, as compras pela internet registraram um aumento de 31% comparado ao ano de 2018. Resultado do isolamento social, tudo passou a ser consumido de modo online, principalmente o entretenimento. Uma pesquisa aponta que pessoas de baixa renda começaram a pagar por serviços de streaming – de 11% para 32%. Além disso, franquias de delivery aumentaram seus lucros, 44% dos consumidores passaram a pedir comida por meio de aplicativos, enquanto em 2018 essa porcentagem era de 15%.
Assim, fica claro o quanto este contexto pandêmico modificou a vida não só dos brasileiros, mas de todo o mundo. São mudanças econômicas, sociais e comportamentais que tentam se adequar ao “novo normal”, de modo a mitigar as consequências de uma comunidade pós-pandemia. Apesar de todos os empecilhos, os indivíduos se mostram cada vez mais, capazes de acompanharem todas as transformações que a conjuntura atual impõe, mesmo que de forma negativa, mas sempre em mente que isso também passará.
Artigo desenvolvido para a matéria de Realidades Econômicas e Políticas Regionais.
3º Período de Jornalismo.
Comentários