Por: Rafaela Medolago
A pandemia da Covid-19 considerada a maior do século, assolou o mundo de forma estratosférica e atingiu milhões de pessoas ao redor do globo. Dessa forma, todas as estruturas sociais se abalaram e os comportamentos, por consequência, foram modificados e tentam, nesse momento, se adaptar as situações que surgem nesse cenário. O sistema de saúde entrou em colapso, a economia sofreu fortes impactos negativos, e muito pior: pessoas perderam empregos, perderam familiares e centenas de milhares perderam a vida.
No Brasil, o caos ainda persiste sob um desgoverno que tudo o que fez foi piorar toda a situação, e na atual conjuntura, registra mais de 100 mil mortos, segundo país no ranking global graças à incompetência do líder de Estado.
A maneira como as medidas adotadas pelo Governo em assistência aos mais prejudicados foram implementadas também foi falha em alguns aspectos e deixou muitos brasileiros desamparados, enquanto muitos outros, que não atendiam verdadeiramente os quesitos e não necessitavam, foram beneficiados pelo auxílio emergencial.
A educação também passa por inúmeros desafios nesse momento tão complexo. A formação, para além dos conteúdos dados em sala de aula, está sendo negligenciada. Os professores, classe já extremamente desvalorizada, lutam diariamente para fazer o seu trabalho sem o mínimo de preparo e assistência, e nesse sentido, a saúde, tanto de alunos quanto desses profissionais, principalmente mental, é deixada de lado.
O isolamento social, medida de maior prevenção da pandemia, algo totalmente novo para a população nos dias atuais, também foi responsável por criar situações problemáticas para aqueles que como sempre, no sistema do capital, são mais atingidos, uma vez que, localizados na base, não puderam parar suas vidas, suas formas de sustento. Enquanto a classe dominante dá sinais de enriquecimento, a situação da vida da população economicamente vulnerável piorou e muito.
Outro agravante do isolamento foi o grande aumento do número de casos de violência doméstica e feminicídio, fora aqueles que permanecem em cárcere, sem registros. Em meio ao caos, a mulher encontra ainda mais dificuldades de denunciar o agressor, isso quando ainda há tempo. Há também a questão da dependência financeira ainda maior nesse momento, o que torna a vida da mulher muito mais complexa do que anteriormente. Fica evidente então que para as mulheres, viver em uma pandemia dessa dimensão é extremamente difícil e ameaçador.
Nesse sentido, a pandemia juntamente ao sistema expôs os nichos sociais mais vulneráveis e foi responsável pela piora em sua qualidade de vida. Existem pesquisas que já demonstram que os negros estão sendo os mais atingidos; as mulheres, como dito anteriormente; pessoas que vivem em situação de rua; pessoas que vivem nas favelas ou sem saneamento básico. Os serviços básicos e materiais de higiene se já não eram distribuídos como deveriam, nessa situação pandêmica não são alcançados por essa população que é tratada cada vez de forma negligente.
A pandemia em contexto global escancarou as mazelas sociais. Muitas delas não tratadas aqui, mas que não podem ser apagadas. Há quem acredite que quando isso passar, as pessoas se tornarão mais empáticas e altruístas, entretanto, é preciso reconhecer que sob esse cenário, a humanidade demonstrou em níveis extremos o seu individualismo. Quando isso passar é fato de que nada será como antes, mas é preciso ter a consciência de que, inseridos no sistema capitalista, não há perspectiva de melhora, pelo contrário, a tendência é nos afundarmos ainda mais.
Artigo desenvolvido para a disciplina de Realidades Econômicas e Políticas Regionais.
3º Período de Jornalismo.
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