No Brasil os agrotóxicos começaram a ser utilizados por volta de 1960, embora sejam conhecidos desde 1874, seu uso aumentou em grande escala, atualmente o país é recordista no consumo destes venenos, e por anos por falta de conhecimento as embalagens foram sendo descartadas de maneira incorreta, queimavam, enterravam e até mesmo as reutilizavam para transportar água e alimento.
Os defensivos agrícolas são prejudiciais não só para a natureza poluindo terra, água e ar, como também para os seres humanos causando intoxicação que pode acarretar danos irreversíveis como paralisias e neoplasias, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) de 2007 a 2014 tivemos 1186 mortes causadas por intoxicação. Quando as embalagens não são descartadas da maneira correta também causam os mesmos efeitos pois as substâncias mesmo em pequenas quantidades permanecem ativas.
A partir da Lei Federal nº 9.974 de 2000 e do Decreto Federal nº 4.074 de 2002, que trata do assunto da Logística Reversa das Embalagens dos Agrotóxicos, instituídas pelo Governo, determinou-se responsabilidades partilhadas entre a indústria e poder público, canais de distribuição e agricultores onde a regra é: após o consumo dos agrotóxicos, o produtor deverá fazer a tríplice lavagem ou lavagem sob pressão das embalagens para a entrega nos postos de recolhimento e perfurando-a para não haver a sua reutilização.
Visando o cumprimento desta lei foi criado em 2001 o inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) órgão responsável pelo recebimento destas embalagens e sua reciclagem após o agricultor utilizar os agrotóxicos o mesmo tem o compromisso de devolvê-las nos postos de recebimento que por sua vez armazenam essas embalagens e em seguida são retiradas através do modal rodoviário até as centrais de recebimento e encaminhado as empresas responsáveis pela destinação correta, seja para reciclagem ou incineração.
Segundo o inpEV (2013), cerca de 95% das embalagens de agrotóxicos vazias colocadas no mercado são do tipo lavável e podem ser recicladas. A tríplice lavagem das embalagens consiste num processo de descarte correto das embalagens de agrotóxicos. Após seu uso, acrescenta-se ¼ de água no recipiente e agita-o fortemente por 30 segundos a fim de dissolver os resíduos químicos da embalagem. O líquido proveniente deve ser colocado no tanque para que escorra por mais 30 segundos e assim seja utilizado na pulverização e não descartado. Esse processo deve ser repetido mais duas vezes e em seguida a embalagem deve ser perfurada para não armazenar nenhum tipo de resíduo químico.
Existem no país mais de 400 unidades de recebimento de embalagens vazias. As unidades são geridas por associações e cooperativas, e, na maioria dos casos, com o apoio do inpEV. Conforme o porte ou o tipo de serviço efetuado, elas podem ser classificadas como postos ou centrais, devendo estar ambientalmente licenciadas para o recebimento das embalagens.
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