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O comportamento socioeconômico na pandemia

Atualizado: 8 de out. de 2021

Por: Hernane Freitas

A caracterização socioeconômica durante a pandemia passou por momentos de transformação e, em partes, de hipocrisia. Ao mesmo tempo em que a preocupação com os rendimentos era evidente para a maioria da população brasileira, grande parte usou e abusou destes tempos para se beneficiar e satisfazer luxos.


Assim que o boom da pandemia, da crise econômica e o desemprego em massa, instaurados com a quarentena, criou forças no Brasil, o desespero tomou conta da maior parte da população, sobretudo a de baixa renda que depende exclusivamente dos seus empregos para manter o sucesso diário de suas famílias.


A partir daí, as medidas adotadas que colocaram o auxílio emergencial (lê-se emergencial, mas na prática a emergência se dá apenas na nomenclatura) em vigência, foram aliviadoras para os necessitados e responsáveis por colocar comida na mesa de milhões de famílias carentes que, por ventura, perderam seus empregos.


Apesar do grande benefício, o auxílio emergencial também trouxe uma grande problemática, que coloca em xeque a real necessidade de grande parte da população de receber o dinheiro do governo. Enquanto milhares de pessoas necessitadas tiveram o benefício negado, outras o usam para manter luxos e, em sumo, satisfazer vontades não essenciais à vivencia.


Há quem ousou e investiu o dinheiro recebido pelo governo pensando no futuro. Um bom caso que exemplifica isso é o da família que ficou desempregada e juntou as parcelas do auxílio de cada membro para abrir uma microempresa de marmitas. O negócio foi tão próximo que, hoje, chegam a faturar até R$ 6 mil por mês.


Agora, deixando as problemáticas do auxílio emergencial e como cada indivíduo gasta seu dinheiro de lado (ou pelo menos tentando, já que tudo se interliga), nos voltamos a estudos que comprovam o aumento da atividade econômica neste período pandêmico.


A maior beneficiada desta história é a venda online, que cresceu exponencialmente durante a pandemia e atingiu níveis recordes nos últimos anos. Apesar da crise financeira, que é realidade na maioria das famílias brasileiras, as vendas online conquistaram números – e lucros – altíssimos, em comparação com os tempos normais, e podemos citar dois motivos que possivelmente podem ter influenciado esses crescimentos.


O primeiro obviamente é a quarentena instaurada no país e seguida, em partes, pela maior parte da população. Com o lema “fique em casa”, milhões de brasileiros usaram a internet para realizar suas compras, que vão desde artifícios de utilidade doméstica até coisas supérfluas. Roupas, móveis, eletrodomésticos, alimentos e até hortifruti foram algumas das principais escolhas da população que tentou evitar as saídas de casa para conter o vírus.


Um outro ponto importante a ser citado é o tédio... Sim, o tédio. Mantidos em casa e em sua maioria sendo contemplados com o auxílio emergencial ou salário do home office, as compras online pareceram ser as melhores amigas de boa parte dos indivíduos neste período. Isso porque, como dizem os memes, “cabeça vazia é oficina da compra online”. E mentiu? Não (risos).


No atual momento em que vivemos, com a crise da saúde e econômica, o certo seria a sociedade começar a fazer um planejamento crítico para os meses futuros, tendo em vista que não temos a mínima perspectiva de quando iremos sair do olho deste furacão. Certamente, tempos difíceis virão e os gastos exagerados desta época podem afetar diretamente em um futuro próximo.


Logo, o comportamento socioeconômico na pandemia assume várias facetas, que vão desde a racionalização causada pela extrema precisão até a ostentação sem limites ou consentimento ao próximo. Obviamente não se deve julgar as escolhas de cada indivíduo e o que lhe leva a tomar tais atitudes, mas se deve repensar as atitudes e gastos tomados neste período, principalmente nos casos em que tal comportamento ultrapassa as barreiras da crise econômica.


Artigo desenvolvido para a matéria de Realidades Econômicas e Políticas Regionais.

3º Período de Jornalismo.

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