Nesta quarta-feira (06), estudantes da Universidade do Estado de Minas Gerais(UEMG) – unidade Passos – e do Instituto Federal do Sul de Minas (IFSul), juntamente com os docentes dessas respectivas unidades, realizaram uma manifestação em defesa de um sistema educacional público e de qualidade. O ato foi pautado pela falta de investimento governamental nas escolas e nos Institutos Federais (problemas que tendem a se agravar com a PEC 241), pela reivindicação dos estudantes da UEMG por concurso público para docentes e pela manutenção de vínculo automático dos trabalhadores da Instituição.
Na UEMG, a concentração para a passeata ocorreu em frente ao Prédio Principal e teve início às 16 horas. Sob a organização do movimento estudantil, responsável por promover a mobilização e a agitação do ato, os manifestantes seguiram pacificamente em direção à Praça do Rosário, localizada no centro da cidade, onde se uniram aos alunos e aos professores do IFSul. Juntos, manifestantes da UEMG e do IFSul discutiram sobre as diversas problemáticas e dificuldades a que o setor educacional tem sido submetido.
Durante a passeata, o “eixo de agitação” foi fundamental. Organizado por uma ala de bateria, que tocou e cantou músicas autorais com temas da reivindicação: concurso público para docentes e mais respeito pela universidade pública. Além disso, um caixão foi carregado entre os manifestantes para simbolizar o luto pela educação pública. Cartazes e faixas com frases de efeito e palavras de ordem, levados por estudantes e professores, também compuseram o cenário do manifesto.
O ato reuniu aproximadamente 800 pessoas, incluindo, além dos alunos e professores da UEMG e IFSul, a comunidade passense e os alunos da Universidade Aberta para a Maturidade (Unabem).
Ao acompanhar a manifestação, a professora da UEMG, Ana Paula Coelho, falou sobre a importância do movimento: “Estou achando essa manifestação extremamente válida, até por não termos essa tradição. Nós estamos passando por um momento de transformação, não só na cidade de Passos, mas no país como um todo. Por isso eu acredito muito que nós vamos conseguir transformações”.
Stefânia Coutinho, 19 anos, estudante de Medicina da UEMG que, inicialmente, se posicionou contra o ato, devido à aparente falta de adesão do alunato da instituição, considerou a manifestação positiva, pois muitos estudantes uniram-se à mobilização. “Acredito que o movimento ganhou mais visibilidade e que nesse momento todo mundo está vendo que estamos com força. Agora, a paralisação está sendo efetiva”,afirmou a entrevistada.
As alunas da Unabem, Darci Moraes, 78 anos, e Maria Luiza, 81 anos, que estavam presentes na mobilização, também declararam apoio à causa: “Estamos achando essa manifestação maravilhosa. A nossa cidade está andando de marcha à ré, nada vai para frente. Participamos com muita alegria dessa demonstração justa. Nós somos da Unabem e estamos juntos nessa luta!”.
Muitos familiares de estudantes da instituição também têm se posicionado a favor da manifestação e apoiado a paralisação estudantil por acreditarem que os jovens estão no caminho certo para conseguir melhorias para a universidade. Esse é o caso de Luiz Fernando da Silva, 39 anos, que compareceu à manifestação para dar força ao movimento. “Acho essa manifestação muito importante. Tenho uma filha estudante da UEMG que também está aqui participando. Penso que só assim para resolver: pressionando o governo com intenção de melhorar a faculdade”, ressalta o entrevistado.
Já na Praça do Rosário, o Movimento Estudantil,aliado aos professores, deu seguimento às discussões com manifestantes de outras instituições de ensino de Passos. O ato foi finalizado com a informação de que haverá uma nova Assembleia Geral no dia 19 de outubro. Nessa data será decidido, de maneira democrática, se os estudantes permanecerão ou não paralisados. Professores também deverão realizar uma assembleia, dado que o dia 19 de outubro foi o prazo oferecido ao governo em carta reivindicatória entregue ao Secretário de Estado Odair Cunha, para decidir as medidas do corpo docente diante do impasse sobre a abertura do Concurso Público e da recondução para 2017.
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