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Foto do escritorContextualize UEMG - Passos

Artistas da Comunidade LGBTQIA+ alegam falta de oportunidade de trabalho em Passos

Por Raissa Bicalho

4° período do curso de Jornalismo


Cantores e DJ´s da Comunidade LGBTQIA+ que moram em Passos reclamam da dificuldade de encontrar trabalhos. O aniversário de 165 anos da cidade foi marcado por eventos culturais sem a presença desses artistas. Eventos do município priorizam artistas cis héteros e do meio sertanejo.


A cidade de Passos comemorou seus 165 anos no dia 14 de maio, com a realização de peças teatrais, shows de diversos músicos e apresentações de bandas na Avenida Sabiá. No entanto, nenhum desses artistas pertence a Comunidade LGBTQIA+, que constantemente são deixados de fora de eventos culturais realizados na cidade. A prioridade é dada para artistas locais do meio sertanejo, como a dupla Amanda e Cuiabano, que são famosos por estarem presentes nos eventos da cidade.


O passense Luiz Fernando Januário de 25 anos, também conhecido como a DJ Drag Nanda Savick utiliza da arte como meio se sobrevivência e trabalho. Entretanto apresenta dificuldades para se inserir no âmbito artístico da cidade. “Passos, sempre foi uma cidade predominantemente conservadora, com festividades voltadas para o público hétero e mais velho, comecei desde cedo a me sentir deslocado e não pertencente desses ambientes”.


Foto: Raissa Bicalho


Nanda ainda relata casos de preconceito em que foi xingada e perseguida. “Um dos homens que eu tinha visto me olhando estranho na festa, começou a me seguir, andei muito assustada e bem rápido pois o homem não parou de me chamar por vários nomes horríveis, fazendo piadas no masculino, como se eu estivesse enganando-o de alguma forma, sem nem me conhecer.”


Passos se tornou palco de discursos de ódio principalmente durante as eleições do ano passado. Em novembro de 2022 mais de 300 pessoas compareceram à um protesto em frente ao prédio da Prefeitura. A mobilização foi organizada pelo Coletivo LGBT após uma adolescente divulgar um áudio preconceituoso. “Pior raça. Tinha um bando de veado, preto, nojento, com o cabelo todo colorido e cheio de piercing na cara, naquela reuniãozinha do capeta na frente do Borogodó”.

Dj Nanda Savick se apresentando no Borogodó - Foto: Raissa Bicalho


Nanda Savick que costuma tocar em locais como o citado no áudio complementa: “Hoje temos nossos eventos criados por pessoas LGBTQIA+, temos locais que seguem apoiando toda nossa luta por direitos e diversidade, mas falta muito apoio pela prefeitura da nossa cidade em relação as nossas causas, e medidas como a criação de uma parada do orgulho nessa cidade, seria um começo mínimo para nossa melhoria.”


Diante do discurso de ódio propagado pela jovem e pelos outros diversos casos de homotransfobia, o Coletivo LGBTQIA+ pediu a criação de um conselho para combater o preconceito no município, que foi aprovado no mesmo ano pelos vereadores passenses. No entanto, a elaboração de um decreto para regulamentar a lei ainda está em desenvolvimento.

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