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Aprendizado que continua: a evolução da UNABEM na UEMG Passos

  • Foto do escritor: Contextualize UEMG - Passos
    Contextualize UEMG - Passos
  • 26 de nov.
  • 4 min de leitura

Por: Lívia Peres


Nas tardes de terça e quinta, o campus da UEMG Passos floresce em vozes, risadas e cadernos abertos. O sol atravessa as janelas e repousa sobre mesas ocupadas por quem nunca desistiu de aprender. Na UNABEM, o tempo não pesa, ele se transforma em encontro.


Foi assim desde o início. Em 2005, Leila Andrade, Sílvia Maia e Laura Giannini — professoras do curso de Ciências Sociais da antiga FESP — sonharam em criar algo, que unisse educação, convivência e afeto. “O curso estava terminando e pensamos: o que podemos propor que ainda faça sentido, que gere aprendizado e pertencimento?”, relembra Leila. “Pesquisamos e vimos que havia cursos voltados a pessoas com mais experiência de vida. Então decidimos criar uma universidade para a maturidade.”


A ideia foi acolhida, e em 2006 começaram as aulas. No início, o curso era pago — cem reais por mês — e voltado à preparação para o envelhecer, com atividades sobre memória, saúde, casa e corpo. “Mas eles amaram tanto o curso que não quiseram ir embora. Pediram para continuar e pediram a gratuidade também. Eles mesmos fizeram um abaixo-assinado, e conseguimos”, conta Leila.


Foi assim que, em 2008, a UNABEM se tornou gratuita e, junto com a gratuidade, veio o florescimento. As turmas cresceram, os conteúdos se ampliaram, e a universidade começou a se encher de sons e histórias. “Começamos com uns vinte alunos”, diz Leila. “Hoje temos mais de duzentos e trinta matriculados. É lindo ver tanta gente que acredita nesse espaço. Temos até três alunas que estão conosco desde o início. Elas fizeram da UNABEM uma família.”


A criadora lembra, com ternura, da primeira turma: “Naquela sala, estava minha mãe. Ela já é falecida, mas foi muito emocionante ver minha mãe estudando, escrevendo, participando. Aquilo me marcou profundamente.”


Com o tempo, os alunos reinventaram o curso.


Pediram mais disciplinas, sugeriram oficinas, ajudaram a construir o que a UNABEM é hoje: flauta, coral, história africana, nutrição, dança, poesia, alongamento, direitos da pessoa idosa. “Eles cresceram com o projeto e o projeto cresceu com eles”, resume Leila. “A UNABEM faz bem. Ela transforma.”


Atividades da UNABEM. Fonte: Instagram,


Entre o tempo e a ternura


A atual coordenadora, Débora Cazelato, entrou na UNABEM em 2019 — e, como ela mesma conta, não foi sem medo. “Quando fui convidada, hesitei. Achei que não daria conta, que era um público exigente. Mas logo percebi que era o contrário: eles me acolheram”, diz. “A UNABEM me ensinou a confiar no tempo, a respeitar os processos e a acreditar que tudo caminha para o bem.”


Débora conta que uma frase ecoa em cada encontro: “Eles sempre me dizem: ‘Débora, vai dar tudo certo’. E dá. Essa é a lição mais bonita que aprendi com eles: a paciência de acreditar.”


Hoje, ela define o projeto como um espaço de convivência e aprendizagem contínua. “O que fazemos ali não é algo extraordinário, é humano. É sobre estar junto, compartilhar e continuar aprendendo. É a universidade no seu sentido mais pleno.”


“A UNABEM é jardim florido”


Entre as vozes que preenchem as salas está Virgínia de Almeida, participante desde 2015, da turma amarela. Ela fala da UNABEM como quem descreve uma casa viva: “A UNABEM é jardim florido, é colorido, da juventude, da melhor idade. Aqui na UNABEM é amor, aqui é esperança.


A UNABEM é semente de renovação, força de superação e ação. Venha para cá. Venha conhecer a UNABEM. A UNABEM só faz o bem.” Para Virgínia, cada tarde é um recomeço. “Aqui, a gente se apoia, aprende e vive com alegria. A UNABEM me mostrou que sempre há tempo para florescer.” Entre uma canção de coral e um verso de poesia, o B5 se torna território de afetos.


As seis turmas — com 30 a 40 participantes em cada uma — se reúnem às terças e quintas à tarde. A presença varia conforme o ritmo de cada um, mas o elo é constante. O saber circula, o corpo se move, o riso se espalha. Para quem chega, a UNABEM é abrigo. Para quem fica, é raiz. “Ver um grupo tão diverso convivendo, trocando, se apoiando, é o que mais me emociona”, diz Leila. “A gente aprende juntos. A UNABEM faz bem e o bem se multiplica.”


Serviço — como funciona e como participar:


• O que é: Programa de educação continuada da UEMG Passos voltado à aprendizagem e à convivência, com foco em cultura, saúde e experiências compartilhadas.

• Quando: Terças e quintas à tarde.

• Como são as turmas: Seis grupos, com média de 30–40 participantes cada.

• Atividades: Coral, flauta, dança, alongamento, poesia, nutrição, direitos, história, arte e cultura.

• Custo: Gratuito desde 2008.

• Inscrição: As inscrições são abertas periodicamente pela coordenação da UNABEM. Informações podem ser obtidas diretamente na UEMG Passos sobre datas e vagas disponíveis. Matrículas abertas até 15/12 de 2025.


Divulgação das matrículas. Fonte: Instagram.
Divulgação das matrículas. Fonte: Instagram.

A UNABEM é mais que um programa. É uma travessia coletiva. É onde o conhecimento se renova em cada encontro, onde as tardes viram começo e o aprendizado floresce em voz coral. Porque, como diz Virgínia — e como todos ali parecem saber de cor —, “a UNABEM é jardim florido e o que floresce aqui é o bem.”

 
 
 

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